Não te conheço

Não sei de que cor é o teu olhar
nem de que é feito o teu sorriso.
Hei-de saber porque choras,
hei-de saber porquê é tão te amar.

Não conheço o bater do teu coração
nem perto dele estive.
Não sinto a suavidade da tua mão
porque nunca a acariciei.

Não sei a que sabe os teus lábios
nem a que cheiras.
Conheço-te dentro de mim
mas não o que tu desejas.

Se te sentisses triste não era para mim que corrias
porque não conhecias nada em mim
nem que eu por ti de amor sofria.

És um refúgio para o meu coração.
Uma ilusão…
Um sentimento sem presa de chegar
que palpita com a ânsia de te amar.

É um amor, se é que se pode chamar amor,
vivido sem receio do amanhã,
sem dor
e na esperança de não sofrer.

É um pássaro branco ao acordar
com pressa de voar.
É um peixe colorido
com vontade de nadar.

Tua mão desliza no meu corpo
tão suave como uma flor.
Aí como são doces os teus beijos.
São como chocolate encantado.
Beijos de príncipe e princesa.
Beijos de amantes distantes,
de amor nunca antes vivido.
Beijos tão apetecidos que parecem impossíveis.
Aí o teu toque, aí o teu beijo, aí a tua mão.
Como tudo me encanta
Como tudo em ti me deixa tão feliz.
Aí como seria se não fosse apenas um sonho?

Se isto que escrevo é amor?
Não sei, nem nunca hei-de de saber
porque nunca vivi doutra maneira.

Se isto passou para fora
é porque sinto.
E estas palavras são estas…
porque são minhas e eu não minto.

Texto: Tó-Zé Fernandes

16/12/2007