domingo, julho 01, 2007

Deus


Não existe ninguém, para mim, que possa comprovar a existência de Deus. Tudo aquilo que vemos é tudo aquilo que acreditamos, mas mesmo assim não devemos acreditar em tudo que vemos.

Não ponho de fora a existência de Deus porque ninguém pôde comprovar nada. Interrogo-me muitas vezes acerca da origem das coisas.


É difícil acreditar num ser irreal, que nos comanda a vida, que decide a vida e a morte e que vive em cima de nós. Para cada pessoa que quer ser feliz, viver do destino não tem significado, saber que alguém é que nos está a guiar como peças de um jogo de damas. Para quê viver e lutar pela felicidade se alguém nos pode tirar ou dá-la de um minuto para o outro? E nós não interferimos na nossa própria vida?

Não há um Deus que nos julgue triste ou alegres, nem que nos pode traçar um caminho porque todos os dias cada um pode mudar de direcção na sua vida. Cada um de nós é um Deus que escolhe a vida que quer.


A diversidade de religiões é outro ponto de discordância na religião. Como é que um Deus não pode fazer com que todos tenhamos a mesma fé, que todos acreditemos num só Deus?

A diversidade de religiões resulta de um conflito, muitas vezes não saudável, de ideias.

A palavra “Deus” vem de “Zeus” que denota uma profunda relação com a mitologia grega e as ideias de Platão que classificava Deus de “Demiorgo” que significava para Platão o mundo das ideias. É sempre considerada a ideia de Deus um abstraccionismo, distante da nossa realidade. Até hoje a palavra Deus foi interpretada com muita interrogação e com muito mistério. Na mitologia Grega a religião era politeísta enquanto que, por exemplo, a Religião Católica é monoteísta.


Esta religião, a mais frequentada em todo o mundo, nasce com a vida de Jesus; uma vida de um homem que nasce pelo espírito santo, vive fazendo milagres, morre por “nós” e ressuscita passados três dias. Este Deus da Igreja Católica, Deus da criação do mundo, Deus que perdoa, é um Deus bom. Ma põe-se muitos pontos de interrogação acerca da credibilidade da origem da história da Bíblia.

Por exemplo, no Livro do Génesis (origem do mundo), o livro da igreja católica, relata-nos uma metáfora que nos faz compreender de uma maneira muito esquisita o começo do Mundo. Primeiro começa com a criação dos céus e da Terra. Deus criou a Terra, o Mar, as Plantas, as estelas e todos os animais abençoando-os para multiplicarem-se. Por fim Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança para que “ele reine sobre peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a Terra e sobretudo os répteis que se afastam sobre a Terra”. Chamou ao sétimo dia, o dia do repouso de toda a criação.

Deus colocou o homem no Jardim do Éden, dizendo que não podia comer do “fruto de todas as árvores menos do fruto da arvore da ciência do bem e do mal, porque no dia em que comeres dele, morrerás indubitavelmente.”

Deus queria o domínio do Homem, queria que este não pensasse por si próprio e que obedecesse a Deus. O Homem foi criado para obedecer e não para compreender o mundo, pois a árvore do bem e do mal dava inteligência.

Deus para que o Homem não esteja só lhe deu uma auxiliar semelhante, a mulher.

“Então o Senhor Deus mandou ao homem um sono profundo; e enquanto ele dormia, tirou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar.” Da costela do Homem criou a mulher. Esta mulher do modo como é criada pode-se concluir que é serva do Homem e que sem ele, ela não existia. Pessoalmente, é uma passagem da Bíblia muito machista.

Entretanto, há uma serpente que tenta a mulher e o homem a comer da árvore da ciência, pecado original. Então a mulher comeu e deu ao marido comer, e viram que estavam nus, tomando folhas de figueira para fazer cinturas para si.

Por este pecado, Deus castigou a serpente, que andará para sempre a arrastar-se pelo chão e à mulher disse: “Multiplicarei os sofrimentos do teu parto, darás a luz com dores, os teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.” Para o homem Deus deu o castigo do trabalho forçado e trabalho para sobreviver. Aqui, nesta passagem Deus é visto como alguém que castiga as acções do homem. A ideia que se tem acerca de Deus bom é contrariamente descrita nesta passagem do livro do Génesis. Deus castigou o homem e a mulher por querer saber, por querer ter inteligência e não ser usado por Deus. Deus queria o domínio do mundo e que todos os seres à face da Terra fossem dominados por ele. Apesar de ser uma história sem sentido pode-se concluir que o Homem que sempre saber mais do que aquilo que é permitido e a ideia de Deus bom é muito controverso na religião católica.

Para um fim do mundo, a Bíblia relata “o Apocalipse” como a destruição da Terra e do Universo todo. Este episódio é repleto de explosões e de catástrofes que provoca a destruição total, sendo a causa o Homem.


Estes são os principais pontos em que a ciência discorda da religião. A ciência tem como princípio da origem do mundo o Big Bang. Para mim o que gira mais questões à volta desta teoria é o como da origem. A esta pergunta a religião responde como já vimos na história do Livro do Génesis, mesmo explicando de uma forma muito impossível de se imaginar.

Tanto a ciência como a religião trabalham mediante as suas crenças e aquilo que acreditam para chegar a uma verdade absoluta.

A ciência separa-se dos sentidos, do mundo que vemos e cheiramos para se integrar num mundo real, de propriedades matemáticas.

A religião é o sítio onde alimentamos a nossa alma e o nosso lado psicológico. Estas histórias mitológicas têm um significado absurdo mas aparecem em todo o mundo, o que mostra a importância da religião.

A resolução para os problemas dos Homens muitas vezes impossíveis de encontrar na ciência, é encontrada na crença em mitos.

A Igreja Católica, o Vaticano, tem um poder importante em algumas decisões, muito vezes as opiniões não sejam as mais correctas e sendo retrógradas.

Hoje em dia já não se vê tantas pessoas aos Domingos a ir à missa. Os rituais católicos, como rezar em família, nos dias de hoje, já estão quase extintos. A quantidade de pessoas a frequentar assiduamente a missa e todas as cerimonias religiosas cada vez estão a diminuir em relação à uns anos atrás.

Agora as pessoas, principalmente nas cidades, têm uma vida muito agitada e quase nem têm tempo para estar com a família e para descansar. A vida das pessoas mudaram, as crenças e os costumes também mudam. É normal as pessoas do campo terem mais tempo para professar a sua fé.

Na minha opinião, boas pessoas não se fazem porque vão à missa todos os Domingos mas sim aqueles que respeitam o próximo e vivem sem prejudicar os outros. Muitas vezes o exemplo que “estão na Igreja” não é o melhor.

O Deus que os católicos acreditam é um Deus que quer que nos amemos uns aos outros. O respeito, a sinceridade, a bondade, a simpatia, a honestidade e a abertura para como os outros fazem as qualidades de uma boa pessoa. Por vezes estas pessoas não são aquelas que vivem por “baixo do tecto da igreja.”


Aquilo que cada um aprende num dia deve alimenta-lo para o resto da sua vida, sempre seguindo o bem, aquilo que nos faz feliz. Mesmo que por vezes tenhamos que pedir a um Deus, seguimos pelo nosso caminho, a construir a nossa felicidade.

Somos nós, cada um, que muda o seu sorriso, que escolhe o seu modo de vida e a sua fé.

Ninguém tem certeza do que é correcto e do que é incorrecto. Todas as experiências são insuficientes para provar a verdade de muita coisa. Basta-nos acreditar naquilo que sentimos, naquilo que nos faz felizes, porque o mais importante é ter um sorriso nos lábios.

25/06/2007